Foi dificíl para ela parar de sonhar.
Havia sido assim desde pequena.
Sonhava que era bonita, a mais bela.
Que tinha cabelos brilhantes.
Depois, imaginava estórias onde os herois a amariam com fervor de cavalheiro.
Era calada. Vivia longe.
Mas sonhava que as pessoas a viam, e que ela seria revelada um dia.
Tinha todas as virtudes. Seria a escolhida.
Seus sonhos. Seu quarto. Seu mundo.
No fundo sabia.
E, na verdade, ela tinha a intuição de que poderia, se quisesse.
Mas nunca quis.
Quando cresceu, passou a inventar histórias maiores, mais longas.
Passou a não saber mais onde estava seu sonho, sua verdade, sua mentira.
Nunca pôde saber.
Nunca conheceu a verdade.
Nunca viveu sua história.
Se matou um dia, sozinha, no seu quarto.
Cortou-se toda.
Virou fragmentos, pedacinhos .
Overdose de sonho, escreveram na autópsia
escrito em qualquer dia do ano de 1978
Layout / Art: Ana.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
que dó....
Méia
meinha, so aora to lendo seu comentario... juro, que tive uma crise de riso, eu e a baby... que dó...rsss
beijos
ai gente morri de rir do comentario tambem!
Postar um comentário