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terça-feira, maio 16, 2006

texto juvenil / mesmice

Foi dificíl para ela parar de sonhar.
Havia sido assim desde pequena.

Sonhava que era bonita, a mais bela.
Que tinha cabelos brilhantes.
Depois, imaginava estórias onde os herois a amariam com fervor de cavalheiro.
Era calada. Vivia longe.
Mas sonhava que as pessoas a viam, e que ela seria revelada um dia.
Tinha todas as virtudes. Seria a escolhida.
Seus sonhos. Seu quarto. Seu mundo.
No fundo sabia.

E, na verdade, ela tinha a intuição de que poderia, se quisesse.
Mas nunca quis.
Quando cresceu, passou a inventar histórias maiores, mais longas.
Passou a não saber mais onde estava seu sonho, sua verdade, sua mentira.
Nunca pôde saber.
Nunca conheceu a verdade.

Nunca viveu sua história.
Se matou um dia, sozinha, no seu quarto.

Cortou-se toda.
Virou fragmentos, pedacinhos .
Overdose de sonho, escreveram na autópsia
escrito em qualquer dia do ano de 1978

3 comentários:

Anônimo disse...

que dó....
Méia

marilia disse...

meinha, so aora to lendo seu comentario... juro, que tive uma crise de riso, eu e a baby... que dó...rsss
beijos

FotoJo disse...

ai gente morri de rir do comentario tambem!