um dia, durante muito tempo, ela só pensava em como iria acontecer.
então, sentia calafrios , dores nas costas, ficava com a boca seca de tanto imaginar como seria.
teria de ser perfeito.
mais perfeito, impossível. não ia deixar digitais, nenhum rastro. sem evidências.
ela teria de agir sozinha e rapidamente. eu era ela.
foi dificil escolher o "modus operandi" . detesto sangue. não tenho boa pontaria. sem facas, instrumentos cortantes ou similares. sem armas .
venenos são lentos ou rápidos demais.
afogamento? terrivel e complicado. sou pequena, não tenho muita força.
fogo, acidente de carro, empurrar do 20º andar, tudo me pareceu extremamente cinematográfico.
desisti dos métodos tradicionais.
calculadamente, usei as palavras.
elas penetraram tão fundo, que ele sequer percebeu.
morreu sem responder.
eu nunca fiquei com medo. nada jamais me deu tanta calma. minha atitude foi pensada e calculada.
realmente, sempre quis que ele morresse.
sobrevivo e tenho vivido até hoje com o discreto charme da impunidade.
Layout / Art: Ana.
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