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quinta-feira, maio 04, 2006

Quando duvidei de Sidarta


Era bem anos 60 quando comecei a ler Hermam Hess.
A gente estava em uma fase que discutir a existencia ou não de Deus era uma necessidade crucial.
Cristina, sempre foi a mais cética. Heloisa Beraldo tinha posição definida. Não acreditava.
Marisa e eu, ah, nos duas era aquela duvida meio cristão meio romantica.
Mas, por questões obvias para a nossa intelectualidade precoce, liamos de tudo.
Curioso, me recordo agora que nunca nos passou pela cabeça ler a Biblia"
Mas, adoravamos as velhas revistas em quadrinhos da anti-sala do cuesinho de admissão da Dª. Petrina, as quais narravam historias das vidas de Santa Rita, Santa Maria Goreti, e outros santos, todos com muito sofrimento e dor, e que nos levavam as lagrimas. Contradições...
A gente lia mesmo era o " Diario de Dany", passando por "Vidas Secas ", "Capitães de Areia", e a tristeza inconteste de Graciliano Ramos.
Ai surgiu Sidarta. Era o livro do momento , e não falava de Deus.
Falava de algo novo, de um estado espiritual e de rituais que nos fascinaram.
Morrer para renascer das cinzas... Fênix...nada mais proprio para a nossa dúvida romantica / existencialista..
A tática praticada pelo sidarta era infalivel.
Tinha que acreditar. E nós acreditávamos.
Era "cravar firmemente o olhar na nuca de alguem que esse alguem iria voltar a cabeça para trás e nos olhar".
Começamos a treinar.
Tinha um menino , lá na sala, que era a paixão de todas.
Moreninho, cabelos lisos, o Luis era o máximo.
Sentava-se na primeira fileira.
Cada uma escolheu seu dia de "nucar" o Luiz.
Foi uma luta para conseguirmos sentar atrás dele.
Nossa paixão nos daria força suficiente para que ele nos olhasse.
Primeiro di.
Toda a concentração da Marisa, e nada!
pela sequencia, cada uma foi tentando.
quatro, oito doze dias.....
ELE NUNCA VIROU A CABEÇA PARA TRÁS!!!
Soube mais tarde, que ele virou engenheiro e se casou com uma moça que não se parecia nadinha com a gente.
Sidarta? O lobo da estepe comeu.
Acreditem se quiser.

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