preguiça as vezes é meu pecado capital maior , depois da ira e da gula, e da luxuria...rsss
então, meu analista, que deve saber tudo, sabe que eu adoro o filme jules et jum, e me mandou um pequeno ensaio que ele escreveu.
achei bacana e vou postar, na tentativa prentenciosa de aumentar o conhecimento geral desse mundo!
Entre o homem e a mulher está o amor; entre o homem e o amor (...) está o mundo; entre o homem e o mundo há um muro” Lacan, Função e campo da palavra
Se o parceiro amoroso não se confunde com o Outro Sexual, que completaria o sujeito, fazendo existir a relação sexual, a manobra do amor diante dessa contingência seria fazer de um determinado objeto fortuito, algo necessário.
De uma miragem, uma relação. De um encontro contingente, uma condição perene[1].
Resta então, diante do impossível, a invenção. Inventar o nome do amor[2].
O amor é inconcebível sem a palavra, justamente porque amar é dar o que não se tem, e só pode dar o que não se tem, falando, que é nossa forma de dar nossa falta a ser.
Escrever cartas de amor é, certamente, uma forma de fazer crer que ele pode ser definido e nomeado. É que as cartas, “que são sempre de amor, tecem, inventam palavras e dessa forma traduzem, criam, um amor de metáforas”[3].
[1] O amor romântico é uma dessas invenções, e está profundamente enraizado em nossa cultura, talvez porque encarne as expectativas de suplência à relação sexual que não existe.
Mas o amor nem sempre foi concebido assim. Antes de se tornar “romântico”, o amor foi concebido pelos gregos como um Bem que estava aquém e além do sujeito – ver, por exemplo, o Banquete e o Fedro, de Platão –, e também pelos cristãos, que pensavam no amor como algo que vinha de Deus e devia voltar para Deus.
A emoção amorosa característica do romantismo foi lentamente fabricada por experiências culturais heterogêneas, das quais as mais importantes foram:
- as práticas de vida monástica e a linguagem da mística cristã;
-as práticas de vida das Sociedades Cavaleirescas e a linguagem do Amor Cortês;
-a filosofia materialista, que sustentava as teorias políticas dos séculos XVII e XVIII;
-as práticas de contenção e interiorização sentimental das Sociedades de Corte do Antigo Regime e, por fim, as teses do Romantismo filosófico, literário e artístico do século XX (COSTA, J.F.
Sem fraude nem favor - sem referências).[2] DRUMMOND, C. Op.cit. À moda de Leclaire[4], com sua teoria do “representante narcísico primário”, que seria a “criança maravilhosa” - imagem que deve morrer para que o sujeito tenha de fato uma vida:
- “mata-se uma criança” -, diríamos que o destino do “amor maravilhoso” também é a morte.
Esse mito seria uma expressão totalizante daquilo que falta ao Outro.
Dois = Um é a soma impossível dos parceiros amorosos, como demonstra o filme Jules e Jim, que nos deixa, no final, com a imagem da cremação, e das duas urnas funerárias emparelhadas.
É a Nouvelle Vague subvertendo o Happy End... [
1] Ver, a respeito: VIEIRA, M. A. A ética da paixão: uma teoria psicanalítica do afeto. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001. [2] O amor romântico é uma dessas invenções, e está profundamente enraizado em nossa cultura, talvez porque encarne as expectativas de suplência à relação sexual que não existe. Mas o amor nem sempre foi concebido assim. Antes de se tornar “romântico”, o amor foi concebido pelos gregos como um Bem que estava aquém e além do sujeito – ver, por exemplo, o Banquete e o Fedro, de Platão –, e também pelos cristãos, que pensavam no amor como algo que vinha de Deus e devia voltar para Deus. A emoção amorosa característica do romantismo foi lentamente fabricada por experiências culturais heterogêneas, das quais as mais importantes foram: as práticas de vida monástica e a linguagem da mística cristã; as práticas de vida das Sociedades Cavaleirescas e a linguagem do Amor Cortês; a filosofia materialista, que sustentava as teorias políticas dos séculos XVII e XVIII; as práticas de contenção e interiorização sentimental das Sociedades de Corte do Antigo Regime e, por fim, as teses do Romantismo filosófico, literário e artístico do século XX (COSTA, J.F. Sem fraude nem favor - sem referências). [3] DRUMMOND, C. Op.cit. [4] Leclaire, Serge - "Mata-se uma criança" - Um estudo sobre o narcisismo primário e a pulsão de morte - Zahar Editores - Rio – 1977.
9 comentários:
Ah, ah, hoje vim sem a Aninha mandar!
Nossa, esses conceito sobre o amor me confundem. Não basta haver duas pessoas para haver amor? Particularmente, penso que confundimos amor com outras necessidades: de dar e receber afeto, de ser aceito,de cuidar e de ser cuidado,de segurança,etc. Quando as necessidades não são aceitas, rompe-se a "união" e dizem que o amor acabou. Amor jamais acaba. Penso assim.
beijo,menina
Ahahaha, valeu!
acho qye o amor nunca acaba.
mas modifica-se.
encontros e desencontros sempre irão ocorrer.
mas a emoção, a paixão, o sentimento do amor,permanecem conosgo, e acho que dividimos eles sempre que encontramso alguem que queira receber...
sei lá, essa abordagem do Greco, é "psicanlitica"... rsss
coloquei, como disse, pq achei interessante...
bjos. inté
pripa,
adorei... adoro uma psicanálise...
aliás tô gostando desse greco... competente esse moço!!! Vc tá um espetáculo... ô relações públicas... tá um tal de gente nova aqui que já perdemos o fio da história, o que é ótimo!! tbe... as alvarengas estão até tímidas..rsrsrsrs... acho que temos que armar um barraco rápido para invadir essa nova praia!!! rs...
pripa, já havia agradecido lá em baixo o meu niver e não sei pq não postou..mas valeuuuuuuuuuuuu!!!!!
bjs mil...
mo
Alvarengas timidas??/ vcs sumiram depois do barraco da tia marina!!!rsss
mas, sem vcs isso não existe!!!!!
PARABÉNSSSSSSSSSSSSSS
AGAIN E SEMPRE....
Marília, você não imagina o quanto eu gosto desse filme. Ótimo post minha fofa. Beijocas
Marília,
acho essa discussão sobre o amor teórica demais. Sou mais da prática mesmo, sabecumé?
Mas falando sério: eu acredito que o amor é para sempre, se não durou o suficiente para se materializar(visto que é um sentimento e exerce-se em outro plano) é por que não era amor, verdadeiro. Mas sempre é preciso buscá-lo e estar abero a ele, pois não sabemos quando virá.
Viu como sou da prática e não da teoria?
Um beijo
Olha Greco, qdo vc autorizou postar, não imagienei a pol~emica....
Agora, responde aqui ... rsss
Talvez o que seja polêmico não seja o texto, propriamente, mas o amor, se o considerarmos uma das faces do impossível (porque impossível, não quer dizer que não deva ser construído...). Por outro lado, não concordo que para haver amor bastam duas pessoas...Tem muito mais "gente" envolvida numa cama, quando dois se encontram: no mínimo tem a fantasia de um de outro, o ideal amoroso e sexual de cada um, a representação das interdições das histórias pessoais... Psiquicamente, onde há dois há sempre uma multidão (ou uma suruba, se preferirem), por isso os inevitáveis desencontros. Resta então, como disse no texto, a invenção. Inventar o nome do amor. E isso não é nada teórico! É um puta exercício prático e desafiador, não?
Jules e Jim. Eu li o livro e vi o filme! Amo, amo, amo!
Beijocas!
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