Layout / Art: Ana.

quinta-feira, julho 05, 2007

De filhos, bichos e coroação


O problema não era com as crianças, elas lindas, sadias e confiantes.
O problema era a mãe das crianças...
Ela tem pavor de bicho, aliás, a mulher chama cachorro de animal, o que voces querem mais?
A pedagoga / psicóloga educacional foi taxativa:
- Dra. Marília, a Maria Júlia precisa de um objeto de transição... ela precisa de um animal de estimação, senão não vai passar bem pelo trauma da separação!
- Como assim? Já separei uma vez e a Joana cresceu ótima ( tá na faculdade, fala várias línguas, trabalha, bebe, fuma, namora, tudo normal...) e além do mais , lá em casa temos peixinhos...
- Senhora, tenha paciência...peixinho não se comunica com a criança, ele é quase um enfeite, um agrado! - tem que ser um cachorrinho, ou um gatinho, um porquinho da índia, enfim, algum bichinho que ela possa interagir com ele...
Bom, foi mais ou menos essa a conversa que tive com a pedagoga antes de comprar o Fênix lá pra casa.
Crianças e animais de estimação. Nunca consegui engoli essa dupla.
Criança tem que ter amor, espaço, alegria, harmonia, responsabilidades, mas sobretudo , saber que estamos com elas.
Loucuras a parte, sempre fui mãezona presente, que leva pra tudo quanto é lado, seja aula de natação, festival de ballet (hoje tem ...é f...), pic-nic no parque das mangabeiras, jogo no mineirão - tinha que chegar cedíssimo, por que claro, a Mali entrava no campo com o time do galo...
Eu fazia noitadas de pipoca e cinema, levava para ensaio de quadrilha, olimpíadas ( gente, só pai e mãe mesmooooo pra suportar olimpiada escolar!!)
E festival de coral? Deus..... pior mesmo, só sarau de poesias...
Eu, tinha crises de riso, o que deixava as meninas furiosas, porque , ou eu chorava a cântaros de emoção, ou dava gargalhadas de ver as crianças recitando poemas ou a Maria Julia tendo que dublar no coral, de tão ruizinha era sua vozinha....
E coroação...ah... essa só mãe!!! nem pai dava conta... igreja lotada, calor daqueles, e voce lá, no pé do altar repetindo a música - mãezinha do céu..só quero te amar...- e a menina olhando para sua boca e cantando igual, e voce lá... sem contar que ao final, tinha a guerra, a gente se debatendo com mães, padres, donas da igreja, mãe da menina que "pôs" a coroa, e um monte de crianças para pegar um canudinho com balinhas e amendoin dentro....
Mas mesmo depois de passar por tudo, eu era acusada...
E o bendito bichinho ???
Nunca elas haviam tido um bichinho de estimação... Joana então, dizia que quando se casasse teria um gato. Ela tem?? só o Mike, por que o outro, o bicho, durou uma semana...
Ela não deu conta de limpar, lavar, dar comida e ainda suportar cheirinho de xixi do bicho... e ainda fala que a culpa é minha...
Eu mereço!!!!
Enfim, sucumbi e comprei o Fênix, cuja história contei nesse blog há meses ( vide dia ....)
O pobrezinho morreu, deixou minhas filhas MUITO mais traumatizadas que um simples divorcinho, pois os pais estão ai, presentes, super paizões...
Quanto ao papel de marido, nenhum dos meus dois ex, ganha qualquer medalha, mais quesito pai, são nota dez!....
Por isso que sempre digo...
Essa historia de que criança não vivi sem bichinho de estimação ou sempre se traumatiza com divórcios , etc , etc, e similares, lá em casa é balela!
Criança SÓ não suporta desamor e desamparo...
Criança amada, não mata, não chuta velho, não joga a chuteira pro alto...
Nem precisa de gatinho ou cachorrinho.
Apesar da informalidade do texto, o assunto é serio e essa é uma maneira muito "marília" de falar sobre alguns problemas que acontecem todos os dias e que estão nos jornais, no nosso vizinho, na nossa rua, e as vezes nas nossas casas.
By Marília
Nossa! já ia me esquecendo... a foto é de quatro anos atrás...

21 comentários:

valter ferraz disse...

Marília, maneira linda de começar o dia, a minha.
Primeiro, falei com a Vivina. Ela está na cidade São Tiago aí perto de BH. É minha fada madrinha.
Agora venho aqui e me deparo com este texto.
Perfeito, no ponto eu diria.
Parabéns.
E vc está corretíssima. Essa história dos animais, etc é balela. Conversa mole prá boi dormir, como dizem na minha terra.
Filho de pedreiro não tem disturbio emocional, no mmáximo dor de barriga, que se cura com um bom vermífugo.
Um beijo, querida

Anônimo disse...

Eu já acho que uma criança que tem um animal de estimação é mais meiga e generosa que as outras.
Eu queria comewntar um comentário que vc deixou na Sônia sobre a Turma da Mercearia e do Santo Antônio ,parece que somos da mesma geração proqeu estamos , nós três, falando a mesma língua.Ô coisa!!!!!
parece que de longe nos apaixonamos na adolescência pelos companehrios das turmas. Haja saudade!

anderson.head disse...

Pow, Marília fico feliz em ver um texto desse, é exatamente o que eu penso... que profissão é essa, que te indica comprar um cachorro, gato, papagaio o que for... sei lá.

Também acho belela!!

Mércia Lustosa disse...

É verdade, criança quer amor, carinho e atenção, mas se tiver um bichinho de estimação fica melhor ainda...rsssss! Ai, mas se morrer é o fim da picada!!!!
Bjos...muitas alegrias.

Priscila Pires disse...

oi mamis...linda a foto e realmente eles nao resolvem problema nenhum mas fazem uma falta danada qdo morrem ou simplesmente desaparecem pra viver independentes...
agora divorcio pra mim sempre foi uma coisa complicada...nunca me fez matar ninguem ou espancar...mas me perturbou um pouco a cabeca...mesmo agora que eles estao juntos mas deviam estar separados ainda me perturba...enfim...looooonga historia!bjosss

Blog do Beagle disse...

Marilia, quando eu nasci tinha bicho na minha casa. Meus pais sempre criaram um cachorro, não importava a raça ou o temperamento. Para mim, bicho é continuação de mim e por isso eu crio o Baltazar e a Thelma. Cachorro é o amor incondicional. Aquele que só acaba se o coitado for espancado e abandonado. Criado com carinho é amor eterno, fiel e constante que dá estabilidade para a criança. Claro que vc pode não criar um e a criança ser estavel, mas não terá a companhia e o carinho do peludo... Eu preciso de um bicho por perto, mas não gosto de passarinho e de peixe. Bicho para mim é cachorro ou gato. MInha vizinha tem uma filha de 13 anos que fica muito só, pois, ela e os outros 2 filhos saem para trabalhar e a garota fica só. Essa menina nem imagem de Pai, tem. Ganhou uma beagle chamada Nara e mudou seu comportamento. Amadureceu por que assumiu a responsabilidade de cuidar da bichinha... Só criando bichos para sentir a delicia de conviver com eles. Boa sorte. Bjkª. Elza

Blog do Beagle disse...

Esqueci de dizer uma coisa: bicho dá trabalho por que é um ser vivo. Tem vontades e desejos. Quer companhia e brincar. Adora passear de carro e à pé. Quer comer ração limpa e dormir na cama de alguém. Precisa de banho e tosa, vacina e remedinhos. Essa trabaleheira toda é compensada pelo abanardo rabo, a lambida na mão ou deitar sobre o pé de quem ele ama... Não basta gostar de bicho, entendeu??? Outra bjkª. Elza

Anônimo disse...

Olá! meus pais se separaram qdo eu tinha mais ou menos uns 5 anos ( não me lembro direito), e eu nunca tive um animal de estimação, uma vez tentei, peguei um gatinho na rua, cuidei, dei banho, e o gato encheu a barriga e se mandou, isso sim me traumatizou..hahaha, mas falando sério, não vou dizer q a pedagoga está certa ou errada, ela estudou e deve saber mais q eu..rs, mas eu nunca tive nenhum tipo de trauma, nunca fui rebelde, nunca tive problema na escola, nunca fui rejeitada por amigos, nunca tive problema com namorados, sempre fui super normal, sempre tive uma cabeça excelente!!! (eu acho, né?!) enfim...esse dias, estava conversando com meu marido sobre isso, comprar ou não um cachorrinho para o JP (meu filho), aí decidimos q por enquanto,NÃO!!, mas quem sabe no futuro...
Bjos..belo post!!

O Meu Jeito de Ser disse...

Ai que corujinha linda!
Nunca tive animal de estimação em casa. Não tinha nem mesmo o tempo que eu queria para cuidar deles, muitas vezes deixei-os sózinhos para trabalhar, e ainda ia arrumar animal de estimação?
Nadinha.
Dei à eles muito amor, carinho, proteção, bronca quando necessário, e não me arrependo de absolutamente nada.
Nem vou falar aqui o que penso sobre o conselho, porque posso magoar alguém, e este não é meu intuito.
Beijo menina, adorei ouvir tua vóz.
Quero mais.

marilia disse...

Elzinha, vc é especialista. acredito no amor pelos animais, mas me pergunto: pq eu não sinto, se sou uma pessoa bacana e normal?
acho bicho coisa estranha, como se eles estivessem sempre no lugar errado ,na hora errada!...
mas adoro vc e seu blog...
sempre estou lá lendo suas historias... contradiçoes a parte, vc me deu uma opinião abalizada!!!
bjos

Fabiana... disse...

marília... essa aí que vc descreveu acima sou eu!rs...
ser mãe é padecer no PARAÌSO? quem escreveu isso foi um pai, com certeza!rs...
olha só... eu juro que tentei ter uma cachorrinha linda de estimação pra minha pequenininha... mas depois de 3 semanas sem dormir com a fofa da cachorra chorando, ou melhor... uivando... desisti e por enquanto é pra sempre!rs...
beijocasssssssssssssss.

Anônimo disse...

Bom, como temos seis gatos em casa, se um dia me separar a Condessa estará bem amparada, heheheh, sem problema psicológico algum. Me criei desde pequeno com gatos em casa. E os tenho até hoje. Não creio que exista uma regra do tipo "quem tem bicho é melhor nisso ou naquilo e quem não tem sofre...". Como tudo, são casos particulares. É quase certo que muitos políticos tenham bicho. E daí, deixam de ser o que são? bjs

Anônimo disse...

esse seu jeito "marília" de ser e contar as coisas é que é ótimo...rs...concordo quando diz que "Criança SÓ não suporta desamor e desamparo..." é a mais pura verdade.
eu tenho uma cachorrinha de tanto meus filhos me encherem, mas hoje se não sou eu a coitada tava perdida! rs...
beijos

Anônimo disse...

idi, voce nao tem nocao do carinho, da "cumplicidade", e da amizade de um caozinho, eu amo demais e por isso tenho dois, e nao os troco por nada dessa vida.quem gosta me entende, nao precisa amar, mas respeite, pois sao pra mim, como minha familia.... te amo.

Anônimo disse...

Olá Marília,
Conheci o seu blog hoje, meio que por acaso. Adorei o seu texto! Apesar de adorar meu gato Mequetref e minha cachorra Madame Min defendo a idéia que vc tem o direito de não gostar e de não ter e isso não determinará o comportamento de suas filhinhas. Outro dia eu li em um jornal que uma criança ficava presa na corrente junto ao cachorro da família... com certeza esse cachorro não supriu o amor que lhe faltou os adultos próximos.
Mudando de assunto, de onde vem o seu sobrenome Alvarenga... eu também sou uma Alvarenga e nasci em BH.
Grande abraço
Raquel

Claudio Costa disse...

Coisa pretenciosa é querer ditar regras sobre o que se deve fazer para dar "tudo" certo na vida: deu cachorrinho, o menino vai ser feliz; não deu cachorrinho, o menino vai ser infeliz! Qual! Se for pra ditar regra, dito logo: dê amor. Mas disso ninguém (?) duvida. Então, repito Piaget: "Dê tudo que a criança precisa, na quantidade que precisa, quando precisa, do jeito que precisa" (Piaget não disse estas palavras, mas diria, hehehe).

marilia disse...

fabi, é sua cara ser assim!!
Lila, imagino... no fim das contas , sobra sempre pra mãe...
Kika, eu respeito, só não amo seus pequenos !!!!
Adorei,Dom Afonso... duvido que os cachorros dos politicos fossem diferentes...rss. Quanto a Condessinha, espero que ela nunca precise dos gatinhos...
E Claudio, falou quem pode e entende ... vc e Piaget rssss

Na verdade, como sempre, tudo é relativo e depende. como disse a Aninha, muitas vezes a gente não tem sequer tempo para nossos filhos, temos que priorizar...tudo é sempre uma questão de onde se observa...
Já dizia meu querido ex professor Aristoteles atheniense;
A biblioteca sempre tem dois lados..(?????)

Luma Rosa disse...

Acho que a criança tem que pedir, sentir vontade de ser responsável por um bichinho e não somente satisfazer aquilo que acham certo para ela. A médica bem poderia ter indicado atividades lúdicas, como teatro, onde a criança ou adulto liberam os medos e recalques.
Eu sempre tive bicho, a contragosto da minha mãe. Aprendi com meu pai que criava perdigueiros e em uma época do ano, saia para caçar.
Lembro que quando ele morreu, eu tinha 5 anos, os cachorros preencheram algumas lacunas. Mas não resolvem tudo. Temos que enfrentar a realidade.
Bom fim de semana! Beijus, Luma

marilia disse...

ACHO QUE É UM TEMA POLÊMICO, COMO TODOS QUE ENVOLVEM AMOR E SERES HUMANOS... OU ANIMAIS...,
APESAR DE HAVER MOMENTOS EM MINHA VIDA QUE EUTIVE GRANDE DIFICULDADE PARA DIFERENCIAR UM HOMEM DE UM ANIMAL...RSSS
brincadeiras a parte, adorei ter escrito esse post, porque é um tema tabu para mim... cachorros e gatos..

Yvonne disse...

Marília, meus pais se separaram de uma forma ruim e não foi por esse motivo que eu fiquei querendo um animal. Sempre tivemos vontade de ter um cachorrinho, mas a minha mãe nunca permitiu. Você está certíssima. Quem tem amor, não precisa de nada para tampar o buraco de suas vidas. Beijocas

Lord Broken Pottery disse...

Marilia,
Concordo com o que você escreveu. O que interessa para as crianças é serem amadas. Os pais casados, por ser uma coisa diferente demais do que verão na escola, pode até ser um problema.
Beijão