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quinta-feira, agosto 24, 2006

A casa dos Alvarengas

A casa.
A casa era daquelas intermediárias entre o barroco e o pós qualquer coisa.
Tinha janela do lado direito, sacadinha no meio, e a porta era no começo do corredor, sempre a esquerda.
Na semana santa minha avó colocava pano na sacada.
Também, mesmo quando eu estava no fundo da casa, a gente escutava o apito do trem.
Eu e minhas primas, saíamos de lá, andando até a estação, sempre que era verão, e o trem deixava todo mundo em Cesár de Pina, e depois era só correr até as aguas..santas aguas,.
Era assim, a casa dos Alvarengas.
Ou melhor, a casa do Paulo Alvarenga, meu avô, e da Dona Adelina, minha avó. São João Del Rey.
Existem outros Alvarengas, porque meu avô era gemeo do tio pedro, avô do biba, do tinho, da natália..
E tem também a turma do tio Henrique, que era avô do Tôco, da Marilia minha xará e de outros..
Mas, meu avô Paulo morreu cedo, os outros irmãos não sei .
Lembro que eu estava dormindo, chamaram no telefone , do Rio, vôvô morreu.
Meu pai foi chorando, porque homem Alvarenga chora.
Na casa da vovó cada filho tinha um quarto e lá cabia cada filho com sua familia inteira!
Minha avó era baixinha, pequena e serelepe, andava rapidinho, sempre de avental, e nele, bem na cintura, um "currião" - ela falava assim - com mil chaves penduradas, e os quartos, sem contar um pequeno, que ficava entre a sala de jantar e o quarto dela, eram enormes.
Nos fundos, depois do corredor comprido, era a cozinha, com um fogão de lenha grande, que demorou pra ser destruido, e lá ficava a Nazaré, a "iéié" , a preta da casa....
Banheiro, era só um, depois que se pensou em outro.
Eram oito filhos. Já morreram dois. Tio Nelson e Tio Paulinho.
Meu avô era alfaiate, então, do lado de dentro, no quintal meio ajardinado, tinha a oficina de costura, que depois virou outro quarto.
A casa fica espremida entre o enorme solar da esquina, o solar dos Monteiro, e entre a mansão, que sempre me fascinou ( e até hoje me encanta) dos Hallak.
A casa era de frente pro cais , o rio passa no meio, e do outro lado, o Largo do Tamandaré.
Tinha o lado lá de cima, depois da ponte que saía da Rua da Prata, e na esquina ficava o picolé do "Léle", e descendo mais, caminho do Tejuco, ficava o cinema.
Ah! o cinema.... O nome escrito bem grande, pintado de tinta preta, no alto : Arthur Azevedo
Pra baixo, era a ponte de ferro, que passávamos correndo pra fazer barulho, e logo depois, a Ponte da Cadeia, onde só se podia passear com alguem, porque senão a gente subia no degrau, e pendurava na pedra pra ver o rio passar.
Na casa, pintada de rosa claro, eu e minhas primas, passei muitas férias, brincamos carnavais de perfume e lança, passei invernos gelados, passamos natais de chuva, e eu sentia muito mêdo nas semanas santas, porque elas eram roxas e tristes...

20 comentários:

Anônimo disse...

mesma casa...universos distintos...
de saia rodada que cobria até o pé, essa avó que andava com as chaves dos armários pendurados no pescoço só os abria para dar um biscoito de polvilho àquele neto/a que talvez lhe agradasse...eu nunca provei dos seus biscoitos...ironia do destino - morreu na minha cama no RJ, comigo sentada à sua cabeceira..ouvi um suspiro de dor misturado a alívio e olhei...lá estava ela com a cara debruçada no travesseiro com olhos no infinito. ..estranho destino de uma neta que nada soube de uma avó estranha...

Anônimo disse...

Ydi, que coisa mais maravilhosa!!!!! juro que to arrepiada e chorando, voltei a infância e a imensa saudades da minha tão amada avó, insubstituível, dona do meu amor, uma riqueza que me faz muita falta e fará por toda minha vida. É muito bom termos nossa família, histórias, lembranças, saudades e sermos eternamente ALVARENGAS! Essa herança ninguém poderá nos tirar, viva Nós!!! e que saudades da vovó!!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

Moninha, eu também estava lá, infelizmente quando a vovó passou por tudo aquilo, noite horrível e inesquecível prá mim. Você foi uma das poucas que não teve o privilégio de comer os biscoitinhos de polvilho, mas eu comi muitos, comi chocolates, doces e ainda tinha meu peito de frango no fundo do fogão de lenha que a Nazaré tomava conta prá ninguém pegar rsrsrsrsr, eu fui muito feliz com ela, tive uma grande AVÓ, viva a minha VOVÓ

Anônimo disse...

gdá, eu sempre soube...outra dela na minha vida: 20 anos depois de sua morte, estava preparando um projeto de teatro e por intuíção, ou sei lá o quê, coloco uma foto da vóvó com o vôvô bem velhinhos, abraçados no quintal da casa deles,como capa do meu projeto. Fui numa mizinfi (rs) para saber dos trabalhos e ela me pergunta quem era aquela velhinha que estava sentada a minha direita? Eu - Quem? Ela - Tem uma vóvó sua tomando conta de vc. E me lembrei! Era o projeto! Bem, ganhei a concorrência e mandei rezar algumas missas para ela... bjs Mo

Anônimo disse...

Ta vendo só Moninha!!! então seja lá como vcs encaram o amor da vovó por cada um, tenham todos a certeza de que ela amou muito a todos e toma conta de todos até hoje, isso podem acreditar, ela é nossa avó com defeitos e qualidades, era humana e prá mim morreu cedo demais, quem me dera poder tê-la agarradinha comigo até hoje, ahhhh quem me dera!!!!!!!
Feliz somos nós que tivemos, infância, histórias, beijos, carnavais, natais... no interior e na casa da vovó, isso credi card não paga!!!!!!! e por ser na casa dela é sinal de que ela recebia a todos e sem exceção né? vamos combinar!!!!! O que seria de nós sem a casa da vovó?????????? Valeu vozinha vc será sempre tudo de bom!!!!!!!! Gdá.

marilia disse...

Gente, eu nunca provei dos biscoitos da vóvó... tb não era das prediletas.
eu usava óculos e ela falava: - tadinha da filha do walter...usa óculos desde pequena.. rss nunca entendi..
mas ela dava pra Mirinha, pra magda - a predileta "mor", e pra maninha.
mas uma coisa é certa! sem aquela casa... sem ela aceitar mais de vinte netas/os , com amigos, namorados, e agregados, NADA TINHA ACONTECIDO!
e ela ainda foi legal, a vóvó... morreu depois do carnaval, pra não atrapalhar a farra...

Anônimo disse...

Com certeza a Gda era a predileta, ela, a Maninha e o Ronaldo mas tb comi dos biscoitos, logico que roubados enquanto ela dormia quase que assentada na cama a gente roubada o molho de chaves que ficava preso a um alfinete na sua cintura, as vezes conseguiamos, outros náo, mas tentavamos sempre. Monica vc nao deve lembrar muito da vovo mesmo, eu me lembro nitidamente, e outro dia lembrei de casos do vovo, qdo estivemos em sao joao para o aniversario do tio Nilton, ficamos no quintal dele horas com o tio kaka contando historias dele, foi bom demaisiiiiiiiiiiiii

Anônimo disse...

Com certeza a Gda era a predileta, ela, a Maninha e o Ronaldo mas tb comi dos biscoitos, logico que roubados enquanto ela dormia quase que assentada na cama a gente roubada o molho de chaves que ficava preso a um alfinete na sua cintura, as vezes conseguiamos, outros náo, mas tentavamos sempre. Monica vc nao deve lembrar muito da vovo mesmo, eu me lembro nitidamente, e outro dia lembrei de casos do vovo, qdo estivemos em sao joao para o aniversario do tio Nilton, ficamos no quintal dele horas com o tio kaka contando historias dele, foi bom demaisiiiiiiiiiiiii

Anônimo disse...

quem falou??? saiu anonimo... apesar de ter estado pouco com ela eu me lembro bem...mas dava tudo para ter estado lá ouvindo as histórias. Simplesmente adoro!

marilia disse...

oi monica...foi a Fátima que falou..
mas quem mais além dela roubava a chave...rsss

FotoJo disse...

ai, adorei o post... devia ser otimo.. que pena que na minha geracao nao era a mesma coisa.. beijos a todas.. tia fatima, to com saudades suas, vc falou que ia me ligar todo dia e nao liga!!

Anônimo disse...

Legal a lembrança da casa da Vó!
Adorei a estória e os comentários!
Luciana Pordeus

Anônimo disse...

Nossas histórias são eternas.... sem fim....que delícia!!!!!!!!!!!!!! e por causa do vovô e vovó, somos todos primos amados!!!!!!!!!! e viva nós!!!!!! beijos em todos e todas

Anônimo disse...

Há, já ia me esquecendo... a Fátima sempre foi rebelde e lalau também rsrsrsrsrsrs há! Fátima! se eu visse você roubando as chaves da vo`vó, eu te arrancava as maõzinhas prá não fazer mais isso viu? rsrsrsrs beijos com saudades

marilia disse...

gdá, vou postar contando sobre as peripécias de uma certa prima no quarto do corredor...ao lado do banheiro.... ela pa traçou muitossssssahahahah, e o vóvó neim sacava, e vivia dizendo: 0- gente, como dorme essa menina... e deporta fechada...ahahahaha

Anônimo disse...

Ydi, quem era essa felizarda? talvez a Baby??? to curiosa

marilia disse...

Pode curiá....
vou contar os milagres,mas o nome do santo vão ter de adivinhar!!!!!!!mil beijos

Anônimo disse...

Turma, a tia Marina está aqui do meu lado lendo as histórias da casa da Vovó e disse que são as mais lindas que já viu, ela está em prantos, claro que voltando ao passado!!!Lembrou da briga dela com a tia Lourdinha, por causa de um colchão que ela colocou pro Mozinho e a tia Lourdinha tirou prá colocar o Pedro da Méia, tia Marina tirou o colchão e levou pro de novo pro quarto pro Mozinho dormir. Isso tudo faz lembrar com muitas saudades a vida na casa da vovó, e que casa heim????????????

Anônimo disse...

Ai vai... descobri a garota do quartinho rsrsrsrs é a Baby sim !!!! ela até contou o caso do quadro de Jesus que em tão pouco tempo ele tirou as mãos dos pregos e colocou no rosto prá não enxergam os babados que rolavam no quarto rsrsrsrs e tem mais... o caso com o Zé, que ela estava no banho com ele e o tio Osvaldo bateu na porta, ela rapidamente escondeu o coitadinho no maleiro quase que no teto e o pobre teve que ficar alí vendo o Vavá banhar-se e sem poder abaixar o crânio pq tinha um fio de eletricidade e ele podia tomar choque, estão vendo? isso é que é amor rsrsrsrrsrsrrs Esses episódios que estou relatando foi com autorização plena da própria criatura que viveu esess lindos momentos!!!!!

FotoJo disse...

ai, ri muito do homi no armario...