desabafos de uma bipolar em dias de altas porradas freudianas...

ka estou eu, quase uma hora da manhã, olhando para a tela do meu computador. na cabeça, mil palavras, coisas para falar, ou melhor, para escrever. contar, desabafar, tentar respirar, sem saber de onde começar. me irrita como a minha ansiedade "beira" a histeria.
sou como uma monhanha russa, daquelas bem altas...
até qu'eu estava tentandoaprender a andar em linha reta, mas, tem gente que nasce para ser gauche e suas boas intenções jamais serão reconhecidas!
sou uma delas, e tenho que aceitar, e continuar desacreditando, graças a deus!

" quando decidir fazer análise, eu sabia que não seria fácil, mas, nunca pensei que fosse assim. a gente se despedaça - literalmente - (despedaçar [De des- + pedaço + -ar2.] Verbo transitivo direto. Partir em pedaços; partir, quebrar, dilacerar: ), a cada sessão.
as vezes a emoção surge da lembrança, outras da ausência.
sempre saio do consultório diferente. na verdade, não sou previsível nunca.
achava , antes de começar, que nada me surpreenderia, e mais, eu achava que nunca me entregaria, que não iria me expor, confiar sem limites, para testar e descobrir meus próprios limites. loucura... sempre fui de entrar de cabeça em tudo, não seria diferente na análise.
pois bem, ontem levei uma porrada freudiana. daquelas de tirar o folego, tipo te deixar sem chão."

ainda não consegui digerir, estou parada , entorpecida. convivendo com freud , lacan e outros da mesma laia, aprendi que odeio a punição, mas detesto a impunidade. sei que o abandono é meu grande medo, e curiosamente, contradições a parte, somente quem me tem pode me deixar.
o foda é entender pq isso acontece.
e o pior é ter que ficar na defensiva para saber qdo e onde vai acontecer.
por um tempo, eu havia me esquecido totalmente dessa parte .
porra, qdo vou aprender que ninguem ama o próximo como a si mesmo???

( by Idy...texto da série " Malucos por rivotril"", coletanea com pretensões bem humoradas )