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Foi num desses jogos que ele se revelou. Angustiado, seco, e sem muitas palavras. Não que ele não falasse, apenas o fazia com frases curtas.Disse que só tinha alguma chance de ser feliz, se conseguisse sua cidadania italiana e fosse pra lá. Falava sempre com as mãos nos cabelos ( melancólica postura) por que, pouco ainda lhe resta da vasta cabeleira de antes. Não, ele não é feio e nem muito velho, pelo contrário. Apenas ficou careca. Ele toma muita cerveja, mas, já me disse que prefere sempre uisque. Gosta de ir na zona. Sempre foi, desde criança. Disse também, que gosta do cheiro dos bares perto das zonas, por que misturam perfume barato, com pastel , cachaça, e cheiro de "alguma comida". Ah, como ele fez confissões, não poderia esquecer de contar que já levou uns chifres ( assim ele definiu), mas qual homem num levou? Engraçado que ele tem a mania de dizer que "mulher é tudo igual". Pobre amigo mio. Perdeu a vivacidade, o brilho do olhar, a força. Curiosamente, ele é aposentado. Formado. Casado. Entediado. Ele também me disse que é viciado em televisão, em internet, e em mulheres fáceis?!?. ( Ah..ele me disse que não gosta de "se meter ou ficar com mulher legal, por que logo elas "pegam no seu pé, e ele num gosta de confusão") . Sem qualquer distinção, ele perdeu suas referências . Não precisou ele me dizer isso, sua história é bastante comum. As histórias são sempre as mesmas. Acho, que alguns homens nunca mais vão encontrar paz. São dependentes familiares. Órfãos de casamentos desfeitos, sem um final. Nenhum final, pois não conseguem mudar seu caminho. Esse meu amigo, tenho por ele um grande carinho.Foi esse o motivo que me levou a dar-lhe um abraço, e dizer que existe vida, e vida boa, depois do divórcio...Basta ter coragem pra sair.( de casa...), sacudir as lembranças, abrir mão de um certo conforto e largar o comodismo de lado. Para ir a luta, a gente não precisa ir pra muito longe, basta dar alguns passos..E o resto, vem naturalmente.
Pronto. falei.