Segunda-feira, Outubro 09, 2006
acabei de ler o novo post de uma amiga blogueira, a carrie, onde ela fala dos amish, do shashashaiala (nunca sei o nome dele), de violencia, do medo e do brad pitt.
mais ou menos nessa ordem. eu fiquei aqui pensando, porque vivo implicando com minha mae, que tem antipatia mortal de americano e acha que todo mundo nesse país tem serios problemas psicologicos. implico, porque como ja falei varias vezes nesse blog, eu moro aqui, eh aqui que estou tentando fazer minha vidinha e a pessoa que eu mais amo eh um americano. ai fico achando que falar mal dos estados unidos eh meio que cuspir no prato que comeu sabe? mas gente, nao eh estranho que essas coisas malucas, tipo neguinho entrando em escola e matando criancinha, suicidas tarados, psicopatas metodicos, obsessivos homicidas taradoes pedofilos arrancador de tripa pra fazer abajur, sempre vem daqui? tirando o maniaco do parque, que virou celebridade nacional por ser o nosso personal national psycho killer, vc nao escuta muito dessas coisas ai no brasil. e nem em lugar nenhum eu acho. eu fico super traumatizada com esse tipo de violencia esquisita, e desde que vim morar aqui, esse tipo de coisa tem mexido com a minha cabeca de um jeito muito mais forte, como coisas que sempre achei que eram roteiro pra filme do indiano do sexto sentido (ja falei que nao sei falar o nome dele), parecem ser muito mais reais e presentes, muito mais logicas e com mais probabilidade de acontecer. e eu detesto isso! detesto isso nos estados unidos! e o que me preocupa eh que eu acho que por ser um pais com uma imagem que reflete tao fortemente na gente que eh mais singelinho, eu fico com medo da moda pegar, como pega em tantas outras coisas ruins, tipo o hip hop de radio ou o shortinho com bota. ai me perdi, fui atender o telefone e esqueci do que que eu tava falando.. ah, ia falar que eu acho que o problema todo eh que tem dois tipo de pessoa nos estados unidos, basicamente. os que tem a auto-estima, muito, mas muito alta (membros de fraternidades, times de futebol - americano - e lacrosse, alunos das "ivy-league", celebridades, modelos, nova-iorquinos ricos e filhinhos de papai em geral) ou a auto-estima muito, mas muito baixa (vocalistas de bandas de rock alternativa, negros filhos de alcolatras que culpam todo mundo pela escravidao, brancos filho de alcolatras que culpam todo mundo pelo wallmart, molestados, gordos, deprimidos e entediados em geral). ai voce junta esse troco de que todo mundo tem que "lutar" pelo seus direitos de expressao e liberdade, que todo mundo pode falar e fazer e comprar armas do jeito que quiser porque esse eh um pais livre e meus avos vieram pra ca sem nada e eu vou lutar para salvar os valores deles - by the way, normais para o sec XIX, mas meio out pros dias de hoje - a qualquer preco, e vou fazer de tudo para honrar meu povo (?) irlandes, italiano, negro, judeu, ou maluco do caralho a quatro, e nao vou jogar fora o direito que eh meu de agir feito um escroto porque meu pai falou que ele trabalhou a vida inteira entao eu posso fazer o que eu quiser, e saia da minha frente, porque eu sou um vencendor, e porque ninguem eh melhor do que eu , e bla bla bla, ai quem nao eh vencedor, quem nao ganhou todos os milhoes de premios que voce tem que ganhar na escola pra ser reconhecido como uma crianca de oito anos digna de cinco video games de ultima geracao no natal, vai ficar se sentindo o pior ser do mundo, rejeitado pelos amiguinhos porque nao acha bacana jogar baseball. ai eles vao gritar com todo mundo porque tem que aprender que sao capazes de tudo e estao aqui para vencer e ter sucesso. e se voce nao tem hein? imagina a frustacao! eh so sair matando mesmo! ai, nao vou nem falar mais.. esclarecendo, que eu to falando o que eu vejo, o que sei das pessoas que eu convivo, que apesar de muitas vezes serem jovens muito bacanas, me contam historias de seus conhecidos, de suas familias, ou deles mesmos que eu acho super absurdas. e nao acho que brasileiro eh melhor nao, acho que a gente eh fudido em muita coisa.. mas sou muito grata de ter nascido e sido criada em um pais, ou talvez na verdade seja so minha familia, ou meus amigos, ou o meio onde vivi, mas o fato eh que eu sempre me senti livre, com liberdade pra falar, agir, e pedir ajuda aqueles que eu tenho em volta, pra conversar qualquer assunto, pra mudar de opiniao, pra abandonar valores de sempre e achar uns novos, pra depois jogar fora e mudar de ideia de novo, pra tomar bomba na escola e nao ser ridicularizada, pra nao ter que subir no palco e fazer um teatro ridiculo na sexta serie se eu nao quisesse, pra nao gostar de esportes, ou pra adorar coca-cola, pra tomar porre antes de ser maior de idade, ou o que for. nunca encontrei ninguem aqui, que apesar de ter nascido no pais que se julga o mais livre do mundo que tivesse tido metade da liberdade que eu tive. talvez tudo seja diferente em cidades maiores e super culturais, como nova york, ou chicago, los angeles, ou o que for, mas minha experiencia aqui eh numa cidade pequena, comum, sem personalidade, e igual a milhoes e milhoes de cidades no pais. no brasil tambem eh assim, morar em sao paulo nao eh a mesma coisa de morar no interior de minas, mas em todo o caso, sao essas as impressoes que eu tenho.
posted by Joana @ 10:37 PM
Layout / Art: Ana.
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3 comentários:
Há muito o que falar sobre este post, mas adianto que , ao meu ver são coisas bem positivas. Primeiro, a não generalização ou estereotipação do comportamento de uma pessoa por causa do lugar que ela nasce, coisa muito preconizada pela ideologia dos EUA, mas que como o texto diz, estão mudando sensivelmente esta maneira, ainda que não seja suficientemente rápida. Em segundo, os EUA tb são um país miscigenado e construído artificialmente, incitando a nacionalidade e o patriotismo. MAs aí, vem essa parte excelente do texto:"by the way, normais para o sec XIX, mas meio out pros dias de hoje - a qualquer preco, e vou fazer de tudo para honrar meu povo (?) irlandes, italiano, negro, judeu, ou maluco do caralho a quatro" E em terceiro, adapte esse texto para uma linguagem pouco maisformal e será um excelente artigo! Parabéns!
E Marília, espero que cure dessa fase de transcição pouco conturbada e aguardo os comentários sobre meus textos. Mas eu não me vi na lista de melhores da semana!!! Poxa, perdi!! hehehe
Beijos!
Marília, vou ser sincera com você, apesar de ser brasileira, carioca e de ter morado no Rio até o final de 2005, eu morro de medo de conhecer os EUA.
A má impressão é devida pela imagem que eles mesmos vendem. Sei que isso é bastante injusto porque Deus não seria tão cruel ao ponto de colocar todas as malditas pessoas do mundo em um único país.
Enfim, acredito que a vida sempre nos oferece surpresas e devemos deixar as idéias pré-concebidas de lado e aceitar aquilo que outrora julgávamos estranho.
Beijocas
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