Hoje acordei muito triste. Coisas da bipolaridade visível...
Mas, estou determinada a vencer a bruxa preta, e a força de vontade é grande, e...aqui trabalhando, me deu a maior vontade de ler alum poema que lenvantasse o meu astral! é...adoro poemas .
Fui de Neruda, por que ele é amor, força, beleza e controvérsia, e eu acho a minha cara... ( eu tenho a incrivel capacidade de achar sempre que os grandes escritores se parecem comigo...(sic), como já sabem, sou modesta!...)
Aqui vai um poema, que hoje me ajudou a tirar a tristeza e a amargura de dentro de mim.
O Poço
Cais, às vezes, afundas
Em teu fosso de silêncio,
em teu abismo de orgulhosa cólera,
e mal consegues
voltar, trazendo restos
do que achaste
pelas profunduras da tua existência.
Meu amor, o que encontras
em teu poço fechado?
Algas, pântanos, rochas?
O que vês, de olhos cegos,
rancorosa e ferida?
Não acharás, amor,
no poço em que cais
o que na altura guardo para ti:
um ramo de jasmins todo orvalhado,
um beijo mais profundo que esse abismo.
Não me temas, não caias
de novo em teu rancor.
Sacode a minha palavra que te veio ferir
e deixa que ela voe pela janela aberta.
Ela voltará a ferir-me
sem que tu a dirijas,
porque foi carregada com um instante duro
e esse instante será desarmado em meu peito.
Radiosa me sorri
se minha boca fere.
Não sou um pastor doce
como em contos de fadas,
mas um lenhador que comparte contigo
terras, vento e espinhos das montanhas.
Dá-me amor, me sorri
e me ajuda a ser bom.
Não te firas em mim, seria inútil,
não me firas a mim
porque te feres.
Pablo Neruda
Layout / Art: Ana.
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2 comentários:
A Arte é a saída para muitos impasses na vida. Fale, poetize, escreva e mande pra longe os sintomas 'indizíveis'!
Marília, já ganhastes consulta "de grátis", não vou dizer nada.
Abraço
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